quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Serelepe,Caxinguelê, Esquilo (Sciurus ingrami)



Esses simpáticos roedores são presença constante na Buena Vista. Agora na temporada dos pinhões mais ainda. Eles são rápidos e tímidos. Nossos cães os odeiam (hahaha), mas os esquilos devem adorar passar por lá e rir da cara deles.
(Euler Menk)

O esquilo é um mamífero roedor da família Sciuridae. No Brasil, o esquilo também é conhecido por serelepe, caxinguelê, caxinxe, catiaipé, quatimirim, quatipuru ou acutipuru. Os esquilos estão espalhados por quase todo o mundo, a maioria nas zonas de climas temperado ou tropical, mas também em algumas zonas de clima frio. Como todos os roedores, possui presas fortíssimas, com que roem sementes com facilidade. O esquilo é um animal arborícola, vive nas copas das árvores de onde saltam de um ramo para outro, seus saltos chegam a atingir até 5 metros de comprimento, sem temer a queda.

As sementes são as principais fontes de alimentação, mas também consomem insetos e frutas. Quando coletam alimento, enterram algumas sementes que encontram, sendo que algumas chegam a germinar, como pinhões (semente nua) e coquinhos (fruto), acabando por plantar árvores como araucária e jerivá.

Constroem ninhos com folhas e galhos, para abrigarem as suas crias da chuva e do vento, em ramos muito altos, em árvores como a cajarana. Durante a gestação, os pais preparam o ninho para receber os filhotes, que variam de 3 a 7 por ninhada. Quando adulto, seu corpo chega a medir 25 cm e o rabo 25 cm ou mais.

Papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis)




Família:
Psittacidae

Eu ja tinha escutado a gritaria, durante todo o ano, as vezes confundia com a "Tiriva" (periquito verde), mas hoje tive certeza. Pelo menos 2 casais estavam as 7:30h nas araucárias. Ao notarem minha presença, voaram em gritaria, deram 3 voltas em torno da chácara e seguiram em direção a serra.

Euler Menk.

Características:

Este lindo papagaio é um Caiçara, verde, testa e loros vermelhos, vértice e garganta arroxeados, lados da cabeça azuis, orla olar encarnada, coberteiras superiores e terciárias chamam a atenção por serem orladas de amarelo, retrizes com pontas amarelo-esverdeadas, sendo as externas com faixas largas subterminais vermelhas e o bico cor de chifre. Reprodução: nidifica em ilhas florestadas do Paraná.

Longevidade: 35 anos. Cativeiro: 10 anos

Alimenta-se de frutos, insetos e larvas, toma água nas bromélias. Une-se, formando casais fiéis até a morte. Constrói ninhos em ocos de árvores, pondo de dois a quatro ovos. O Papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis) é considerado uma das mais ameaçadas espécies de papagaios no mundo. É estimado que há apenas entre 3.000 ou 4.000 deles soltos na natureza. Eles estão morrendo porque todos os anos, milhares são contrabandeados através das fronteiras, empacotados em grande quantidade em espaços insuficientes para todos eles. Desta forma, muitos deles morrem sacrificadamente durante a viagem de sede, pendurados, quebrando as asas ou simplesmente de stress (cansaço ou medo) que sofrem durante o processo de captura e transporte. Nove entre dez papagaios capturados morrem antes de chegarem ao destino final, ou seja, aos vendedores ilegais de espécies da natureza. Ele tem se tornado um símbolo na luta pela conservação de um dos mais ricos ecossistemas biológicos da Terra, a região da Serra do Mar e a região de Guaraqueçaba, no Estado do Paraná, região Sul do Brasil, no qual foi recentemente declarada pelas Nações Unidas como Patrimônio da Humanidade

Comprimento: 36 cm.

Ocorrência Geográfica: Endêmico da Floresta Atlântica, de São Paulo ao Rio Grande do Sul, atualmente restrito ao sudeste do litoral paulista e Paraná. Eles são encontrados apenas na região costeira sul do Brasil nos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Categoria/Critério: Ameaçada. Intensa caça coletiva; Destruição do habitat natural. A perda do habitat e as dificuldades encontradas nas tentativas de reprodução em cativeiro tem contribuído grandemente com a redução de sua população. Tráfico.

Cientista que descreveu: Linnaeus, 1758

Observações adicionais: O papagaio pode transmitir doença chamada PSITACOSE, através das fezes e poeira das penas.


Fonte: MMA/SINIMA

terça-feira, 31 de julho de 2007

Tangará-dançador (Chiroxiphia caudata)



Família Pipridae

O Tangará foi uma boa surpresa na Buena Vista. Escutamos algo se debater na janela da sala, quando fui ver, la estava ele preso pelo lado de dentro. A princípio errei a classificação, mas pesquisei com um amigo Biólogo de Curitiba ,Guilherme Bettega, e ele acertou na mosca. Notei que ele rondava a região alguns meses antes, onde o vi atrás de restos de ração deixados pelos sabiás-de-laranjeira. (Euler Menk)

Caracterização

Mede 13 cm, adicionando-se mais 2 cm ao prolongamento das retrizes medianas. O macho é um azul celeste e cauda pretas tendo, no alto da cabeça, uma coroa vermelha brilhante. Na cauda, as duas penas centrais projetam-se além das outras. A fêmea é verde escura, reconhecida por um ligeiro prolongamento da cauda. Os machos imaturos são totalmente verde-oliva, mas alguns jovens podem ser distinguidos das fêmeas devido ao vermelho na fronte, que adquirem antes da troca de plumagem do restante do corpo.

Habitat

Habita as matas densas. Vivem no estrato médio da mata. E também são encontrados à beira de núcleos urbanos do sudeste do país, o que contribui para a sua populariedade.

Distribuição

Pode ser encontrado na Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul.

Hábitos

Voam bem, mas usualmente não deixam a mata frondosa, alguns revelam-se verdadeiros acrobatas quando exibem-se nas cerimônias pré-nupciais; os movimentos tornam-se mais ligeiros nos machos, menores e mais leves na fêmea.

Pegam formigas para friccioná-las nas asas e na base da cauda, utilizam as formigas na higiene da plumagem, esfregando os insetos vivos nas asas para gozar o efeito do ácido fórmico, atividade que é tratada como "formicar-se".

Alimentação

Comem bagas, frutas, tiram pequenos pedaços. Apanham pequenos insetos, vermes e aranhas nas folhas.

Reprodução

No período de reprodução, os dançadores machos executam verdadeiras danças diante das fêmeas. Vários enfileiram-se num galho e exibem-se, um de cada vez, diante da fêmea. Depois de executarem o ritual, cada macho vai ao fim da fila e espera a sua vez para exibir-se novamente.

A fêmea tem o seu próprio território ao redor do ninho. Constroem uma cestinha rala que é fixada a uma forquilha, muitas vezes por negros micélios de fungos, que podem prender o ninho como uma cortina, quebrando o seu contorno e mimetizando-o; utilizam teias de aranhas, em boa qualidade para colar o material da construção a qual muitas vezes está situada a uma altura relativamente grande, perto d'água e até sobre ela.

Põe dois ovos, são de fundo pardacendo com desenho pardo-escuro. A incubação é executada com dedicação pela mãe, é de 18 dias e os filhotes abandonam o ninho em 20 dias, quando começam a se alimentar e a se defender sozinhos.

Manifestações sonoras

As suas manifestações sonoras cerimoniais é marcada com forte "drüwed". A musiquinha começa num "tiu-tiu", passa para um "trá-trá", com os tangarás voando, fazendo evoluções e pousando nos galhos um junto ao outro, depois que cada um termina a sua parte na dança, que costuma durar de quinze minutos a meia hora. Após a dança, ou antes dela, o macho às vezes persegue uma fêmea, emitindo uma série de "trrrrs".

A espécie dispõe de um assobio de advertência: "dwüd", dwüod".

Denominação

O termo "tangará" deriva do tupi "ata" - andar, "carã" - em volta; seria equivalente ao "Saltarin" castelhano.

Bibliografia

Helmt Sick, 1988. "Ornitologia Brasileira". Marco Antonio de Andrade, 1997. "Aves Silvestres - Minas Gerais".

Curicaca - (Theristicus caudatus)



Fotos: Ambiente Brasil

Família Threskiornithidae

Dois casais de Curicacas nidificam em nossa mata. Durante o outono e inverno, eles permanecem por ali, com maior atividade pela manhã. Vôos sempre muito vocalizados, assemelha-se ao som de uma galinha-d'angola. (Euler Menk).

Caracterização

Mede aproximadamente 69 cm de comprimento e 43 cm de altura. É uma espécie grande de coloração clara e asas largas. Durante o vôo exibe grande mancha branca sobre o lado superior da asa, e o lado inferior é inteiramente negro. Bico longo, curvo, pernas altas.

Habitat

Vive em campos secos, pastos (inclusive campos de aviação).

Distribuição

Ocorre da Colômbia à Terra do Fogo; também nos Andes; grande parte do Brasil.

Hábitos

Procura lugares em que ocorreram queimadas - em busca de alimento. Tem hábitos diurno e crepuscular. Plana a grandes alturas, voa com o pescoço levemente curvado para baixo; as asas dispondo-se côncovas como grandes conchas. São sociáveis, chamam atenção quando se reúnem para dormir ou quando se deslocam para lugares distantes para comerem.

Alimentação

Alimenta-se de gafanhotos, aranhas, centopéias, lagartixas, cobras, ratos etc. Come às vezes sapos (Bufo granulosus), fato interessante, pois o veneno desse sapo é mortal para a maioria dos animais quando ingerido (exceto para a boipeva - Xenodon merremii). Para extrair larvas de besouro no solo, mergulha o bico na terra fofa até a base.

Reprodução

Os indivíduos associam-se em colônias. Nidificam sobre rochas ou árvores semeadas nos campos. Os ovos são brancos ou pardacentos salpicados. Põem cerca de 5 ovos. A incubação é de 20 a 25 dias. O casal reveza-se para cuidar dos filhotes, que são alimentados por regurgitação.

Manifestações sonoras

Gritos fortes, curtos, do timbre igual a uma galinha-d'angola. O casal e o bando que se reúnem para pernoitar gritam juntos; no auge do vozerio jogam a cabeça para trás.

Caça, utilização

Normalmente o curicaca é protegido pelos agricultores como um controlador biológico, não deixando que se acentue o número de pequenos animais considerados nocivos.

Bibliografia

Helmt Sick, 1988. "Ornitologia Brasileira".